Repercussão de Editorial mostra que sindicato ainda está vivo
- universidadepopula6
- 16 de dez. de 2024
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Por Marcelo Salles Batarce (UEMS) *
Cada vez mais dominado por interesses de uma minoria que controla a burocracia, distante das lutas coletivas da categoria, repleto de demagogias, infiltrado pela direita aliada aos interesses patronais e sobretudo reprimido e censurado pelas regulações institucionais e do Estado burguês, o sindicalismo mundial vive hoje uma de suas maiores crises. Na periferia do sistema Capitalista os episódios desta crise são mais bizarros ainda.
Mas é preciso observar que este desmonte do sindicalismo é também consequência da falta de atuação de setores da esquerda e das direções da luta da classe trabalhadora. É consequência da falta de uma atitude mais combativa da classe trabalhadora possível apenas através de sua organização. Basta uma ação minimamente combativa no vazio deste recuo e a luta da base se alvorece porque a crise do sistema está instalada e em estágio avançado. Este é o cenário que descreve os acontecimentos dos últimos dias no sindicato da UEMS.

Ao contrário da série de assembléias vazias, o Editorial publicado pela UPCC com mais de 550 visualizações até o momento, movimentou tanto os setores anexos ao Governo Riedel que se sentiram ameaçados, como aqueles outros descontentes com a política de conchavos, mas que não viam nenhuma referência que pudesse aglutinar suas indignações.
Como é típico da direita, houve uma tentativa de interditar o debate político e impedi-lo através de intimidações e personalização. Essa é a mesma política que logrou esvaziar as assembleias e desmobilizar completamente a categoria. Ela deve ser combatida pela classe trabalhadora.
Por outro lado, é preciso entender os acontecimentos como sintoma e não causa do mal-estar. A causa do mal-estar é a crise econômica e o ataque do Capital contra a classe trabalhadora. Para realizar este ataque de modo mais concreto o Capital recruta pessoas da classe trabalhadora para impedir qualquer levante por menor que seja.
Embora a situação seja ainda adversa, o passo dado pela UPCC mostra que é possível mobilizar a base dos trabalhadores, muitos estão descontentes diante de tudo que têm visto. A mordaça que tentam colocar na classe trabalhadora tem um alto custo para a direita. Uma pequena faísca reacendeu a luta dos trabalhadores, não se pode recuar é preciso alimentá-la mais ainda.
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MARCELO SALLES BATARCE
Professor efetivo do curso de Matemática da UEMS, sede Dourados. Doutorado (PhD) na London South Bank University (2011).
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