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Repercussão de Editorial mostra que sindicato ainda está vivo

Por Marcelo Salles Batarce (UEMS) *


Cada vez mais dominado por interesses de uma minoria que controla a burocracia, distante das lutas coletivas da categoria, repleto de demagogias, infiltrado pela direita aliada aos interesses patronais e sobretudo reprimido e censurado pelas regulações institucionais e do Estado burguês, o sindicalismo mundial vive hoje uma de suas maiores crises. Na periferia do sistema Capitalista os episódios desta crise são mais bizarros ainda.


Mas é preciso observar que este desmonte do sindicalismo é também consequência da falta de atuação de setores da esquerda e das direções da luta da classe trabalhadora. É consequência da falta de uma atitude mais combativa da classe trabalhadora possível apenas através de sua organização. Basta uma ação minimamente combativa no vazio deste recuo e a luta da base se alvorece porque a crise do sistema está instalada e em estágio avançado. Este é o cenário que descreve os acontecimentos dos últimos dias no sindicato da UEMS.


Participação dos filiados em ato organizado pelo Andes, em parceria com ADUEMS (14.12.2024)
Participação dos filiados em ato organizado pelo Andes, em parceria com ADUEMS (14.12.2024)

Ao contrário da série de assembléias vazias, o Editorial publicado pela UPCC com mais de 550 visualizações até o momento, movimentou tanto os setores anexos ao Governo Riedel que se sentiram ameaçados, como aqueles outros descontentes com a política de conchavos, mas que não viam nenhuma referência que pudesse aglutinar suas indignações.

Como é típico da direita, houve uma tentativa de interditar o debate político e impedi-lo através de intimidações e personalização. Essa é a mesma política que logrou esvaziar as assembleias e desmobilizar completamente a categoria. Ela deve ser combatida pela classe trabalhadora. 

Por outro lado, é preciso entender os acontecimentos como sintoma e não causa do mal-estar. A causa do mal-estar é a crise econômica e o ataque do Capital contra a classe trabalhadora. Para realizar este ataque de modo mais concreto o Capital recruta pessoas da classe trabalhadora para impedir qualquer levante por menor que seja.

Embora a situação seja ainda adversa, o passo dado pela UPCC mostra que é possível mobilizar a base dos trabalhadores, muitos estão descontentes diante de tudo que têm visto. A mordaça que tentam colocar na classe trabalhadora tem um alto custo para a direita. Uma pequena faísca reacendeu a luta dos trabalhadores, não se pode recuar é preciso alimentá-la mais ainda.


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MARCELO SALLES BATARCE

Professor efetivo do curso de Matemática da UEMS, sede Dourados. Doutorado (PhD) na London South Bank University (2011).


 
 
 

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